22 de mar. de 2020

reciclando textos antigos : Conto de Páscoa

De quem são estas pegadas?

Dedico este conto a Jane Peixoto e sua coelha Felícia e ao Clube de mães do Capão da Porteira.

Fifi estava muito intrigada no Domingo de Páscoa ,enquanto procurava o seu melhor vestido, encontrou algumas pegadas bem pertinho da janela. Tudo estava muito bem fechado, então ela não agüentou e berrou:
- Mãeeeeeeee!Mãe!! - E de longe ouviu:
- O que foi Fifi??- Você está pronta?... Os convidados já estão chegando...
- Estou quase pronta- respondeu Fifi. Só que tem umas pegadas perto da minha janela...
- Pegadas Fifi!!!
- Pegadas, mamãe!!! - disse sem muita paciência, os adultos estavam sempre correndo de um lado para o outro, então resolveu que ela mesma iria descobrir este mistério.
- Fifi!- Gritou do pátio o papai – O Coelhinho da Páscoa passou por aqui esta manhã... Ele deve ter deixado algo para você!
- O Coelhinho da Páscoa?
- Ele mesmo – disse o papai- Agora vista-se e desça!
Fifi colocou o vestido, escovou e prendeu o cabelo e resolveu seguir as pegadas. Ao lado do pé da sua cama estava um lindo ninho cheio de ovinhos e chocolates. Ela adorou , mas continuou muito invocada: como o coelhinho teria entrado no seu quarto se tudo estava tão bem fechado? A mamãe corria para preparar as saladas, o papai varria o pátio e seus irmãos estavam na frente da TV jogando vídeo game. Essa história está mal contada, pensou: três crianças, três cestinhas, pegadinhas só nos quartos. Como o coelhinho conseguia? Fifi resolveu fazer a volta e olhar sua janela de fora , bem que ela pensava, não tinha uma só pegadinha! Nem na varanda, nem no corredor da sala. Que coelhinho malandrinho!! As visitas já iam chegar e Fifi queria resolver este problema. Foi olhando cuidadosamente a cercado pátio, cantinho por cantinho e nada de pegadas. Quando menos esperava ouviu um barulhinho vindo do fundo do quintal...Tictictic!!! Tictictic!! Foi até lá bem devagarinho e sabem o que ela encontrou? Quem vai adivinhar? Deixa eu ver: O enorme cachorro do vizinho cavando? Ou um velho rádio quebrado? Não mesmo! Fifi encontrou uma toquinha!! Quem sabe o que é uma toquinha? Isso mesmo, uma casa de pequenos bichinhos. Seria do Coelhinho da Páscoa? Fifi ficou plantada olhando para a porta da toca. O barulhinho imediatamente parou....
Fifi queria porque queria descobrir quem morava ali. Sua mãe, lá de dentro da casa, chamava por ela. As visitas estavam chegando. Fifi ouviu um sussurro:
- Essa não!
- Quem está ai´?? – perguntou.
- Sou eu! E de dentro da toquinha saiu um lindo coelhinho...
- Você é o Coelhinho da Páscoa?
- Não! Sou Leléco um dos ajudantes dele e estou muito encrencado.
- Encrencado?
- Sim! Seus primos chegaram e não consegui colocar os ninhos... Agora vou ficar de castigo.
- Quem sabe eu posso ajudar, o que preciso fazer?
- Convide todo mundo para ir para a sala e eu entro pela cozinha, que tal?
Uma boa idéia e como vou fazer isso?
- Sei lá... Isso é com você ! Só posso deixar um pequeno rastro de pegadas... Se não perco pontos na minha carteira e perco o passe de coelhinho ajudante.
- Então vamos logo!
Fifi chamou todo mundo na sala, desligou a televisão e disse.
- Eu quero...
- Quer??? Fale logo Fifi! - disse seu irmão muito emburrado. Ele queria voltar a jogar.
- Quero desejar uma Feliz Páscoa para todos vocês e cantar uma musiquinha!Todo mundo olhou para ela, Fifi viu no fundo só a sombra de Leléco passando.
- Bem disse! Vocês vão ter que me ajudar... Todo mundo conhece a música do coelhinho?
- Que bobagem! – disse a sua tia - Claro é muito conhecida.
- Então vamos lá: “Coelhinho da Páscoa que trazes para mim... "
Enquanto todo mundo cantava Leléco cumpria sua tarefa. Fifi piscou para ele e sabia que deveria guardar bem seu segredo. Logo em seguida os primos a suas cestas acharam. E para Fifi, Leléco deixou uma carteirinha carimbada de ajudante de Coelhinho da Páscoa. Será que também serviria para o Papai Noel? Pensou. Mas, logo desistiu da idéia. A festa da Páscoa foi muito linda, passou até um filme com a história de Jesus, para quem quisesse assistir!!!


13 de abril de 2011
Fernanda Blaya Figueiró