30 de out. de 2008

Último capítulo

Oi Gente!

Este é o último capítulo da série As Fantásticas Histórias de Sibile.

Espero que vocês gostem!

E, em novembro tem novidades...

Beijos,

Fernanda


A arca


A cobrinha Sibile voltou, exausta, da festa de casamento! Comeu um filhote de preá e dormiu por um longo período de tempo, aconchegada, no interior do tronco da árvore em que morava.
Quando acordou havia um cartaz preso, em sua porta, que dizia assim:
Noite de Estréia “ As Fantásticas histórias de Sibile!” – Não perca! Uma história narrada pelo Lagarto Adroaldo.
Sibile piscou os olhos! Não via nada de fantástico, em suas histórias. No cartaz, ela aparecia coberta de merengue, em meio ao bolo de casamento, tinha os olhos pintados e usava batom vermelho. O bolo estava sobre uma antiga arca entreaberta, de lá saia um pergaminho, no formato do corpo de uma cobra, que virava uma flauta e depois fumaça... Que sinistro! Quanto tempo teria dormido? Lembrava que tinha comido uma pequena preá. Normalmente, levaria algumas horas digerindo...
Já era noite e o silêncio dominava a chácara. Nem um grilo cricrilava... A estrada estava deserta e seca. O Ar? Parado! O coração dela acelerou e todo o seu corpo entrou em estado de alerta.
Sibile desceu o tronco de sua árvore, olhando, atentamente, para os lados. Por instinto, decidiu ir até o mato. Ao se aproximar da fonte, tudo estava escuro e quieto... A grande Naja Sofia continuava imóvel, diante do Oráculo, coberto de neve e esmeraldas: “O Homem teme aquilo que não domina.” A frase, com a grande sabedoria do oráculo, aparecia gravada na pedra.
Um eclipse escondia, momentaneamente, a lua. A cobrinha percebeu que nada poderia ser mais assombroso, surpreendente e fantástico, do que a experiência que estava tendo: Sibile era um ser dotado de vida.
Adroaldo passou correndo por ela: - Venha Sibile! O espetáculo já vai começar...
Está todo mundo esperando... Ele usava um manto vermelho e preto, imitando o seu couro e escondendo as patas. Com a voz séria e o olhar severo, o lagarto começou a contar inúmeras histórias de cobras célebres e anônimas que foi tirando, de dentro da arca. O povo riu, chorou, cantou, embraveceu, vaiou, aplaudiu e a noite foi passando... Quando tudo terminou o vento soprava, os sons eram os mesmos de sempre. Adroaldo recolocou, cuidadosamente, todos os pequenos papeis, dentro da Arca, e fechou a caixa.

Sibile tinha adorado tudo, mas esperava uma explicação... O lagarto olhou para ela e falou, como se lesse seus pensamentos: - Essa Arca? É velha... Muito velha...
De Tempos em Tempos alguém abre e solta as histórias. Afinal, quem conta um conto aumenta um ponto...!! Agora, as Fantásticas Histórias de Sibile estão lá... Perdidas! Ou, seriam Achadas???

Viamão, 30 de outubro de 2008.
Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Revisão: Angelita Soares

28 de out. de 2008

Tobogã de Açúcar

Tobogã de Açúcar

Sibile passou um sufoco, tendo que fingir ser um enfeite no pacote do presente dos noivos. Para sua sorte a camareira deixou a porta do quarto aberta, ela aproveitou! Bebeu um pouco da água com açúcar que a noiva deixou sobre a mesa e saiu de fininho, um longo corredor levava até o elevador... Sibile olhou bem e preferiu as escadas... Não queria mais se meter em confusão.
A água com açúcar acalmava mesmo... Sibile estava se sentindo leve e tranqüila, subiu os degraus da escada até terminar. Passou por uma janela e chegou até um terraço fantástico. Já anoitecia e o pôr do sol era um espetáculo ao alcance de qualquer um. Sibile aproveitou a vista... Podia ver muito longe, mais do que de sua árvore. Via a serra a cidade e o mar. Pássaros voando e muita vida acontecendo.
Do terraço podia ver a agitação no salão, tudo estava impecavelmente organizado para esperar a chegada dos noivos. Sibile viu quando o carro estacionou e eles desceram, sob uma chuvinha de arroz. Logo em seguida os convidados começaram a chegar e o salão foi ficando cheio de vida... Música, comida, bebida e muita alegria!!! Um ritual muito legal - pensou a cobrinha - Oto dançou a noite toda com Catarina, que pegou o buquê da noiva.
Sibile adormeceu num cantinho e quando acordou a festa já havia terminado. Entrou pela mesma janela, que tinha só uma frestinha aberta, acabou caindo sobre o bolo dos noivos. Escorregou como se estivesse num tobogã de açúcar, achou tudo tão divertido que ficou horas brincando...
Mas, precisava dar um jeito de voltar para o carro do pai de Oto, se quisesse rever sua casa... Desceu as escadas, deixando uma trilha de merengue por onde passava. Seu corpo foi ficando pegajoso e assim que chegou no térreo viu uma fonte com água bem limpinha, não pensou duas vezes antes de mergulhar. Neste instante o sol já estava alto. Sibile ficou no jardim aguardando, logo o motorista trouxe o carro e enquanto Oto se despedia de Catarina, ela aproveitou e entrou pela porta.
Quando voltaram para a chácara a chuva tinha parado, Pinhão pastava solto e o caseiro tratava os cachorros. Sibile voltou com um monte de histórias para contar.


Viamão, 28 de outubro de 2008.
Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

22 de out. de 2008

Enfeite

Enfeite.

Chovia e a cobrinha Sibile estava literalmente entocada! Não tinha nada para fazer. Nas chácaras, tudo estava calmo.
Sibile resolveu deixar a preguiça,de lado, e ir procurara algo para fazer. Viu que Oto e seu pai preparavam o carro para sair. O garoto abriu o porta-malas e colocou vários objetos dentro. Onde eles estariam indo?
Logo em seguida, a mãe dele entrou no carro e o caseiro acenou do galpão.
Sibile fechou a sua toca, ligou o alarme, um antigo chocalho de uma prima cascavel. Deixou um bilhete, para o lagarto Adroaldo, onde dizia: - Fui passear com a família de Oto! E esperou no topo da árvore. Quando o carro passou, pulou para dentro, entrando pela janela de trás, que estava aberta. Uma manobra um tanto arriscada, já que a mãe de Oto detestava cobras e nem fazia segredo disso!
Ficou quietinha, escondida entre vários Cd´s e uma bela caixa que havia, no chão do carro. Pena que as cobras são surdas, pensou Sibile, tinha vontade de ouvir as músicas, mas como era muito sensível, encostou a barriga no chão e ficou sentindo a vibração.
Em pouco tempo, chegaram a um lugar muito legal. A família toda desceu. Sibile estava pronta, para descer, quando entrou, no carro, um motorista. E agora? Um outro homem abriu o porta-malas e pegou tudo o que estava dentro. Sibile sentiu que ficaria presa no carro. Resolveu então entra na caixa. Para sua sorte, a embalagem era muito folgada!
A caixa foi colocada com as malas em um carinho. Só que no elevador, foi trocada de lugar. As malas seguiram o corredor e a caixa ficou junto com muitas outras, em uma outra, enorme onde estava escrito: Presentes dos Noivos.
Tudo foi tão rápido que, quando Sibile se deu conta, já estava na frente de uma jovem muito bonita, toda vestida de branco. Ela estava muito nervosa e, para se acalmar, resolveu abrir os presentes.
Adivinhem qual foi o primeiro que ela abriu?? – Isso mesmo! O presente da família de Oto. Sibile congelou de medo e de frio. Quando viu que a moça desembrulhava o pacote, colou o cartão na boca e ficou imóvel. A noiva deu um grito que todo o hotel ouviu. – Uma cobra!!! .
A camareira entrou correndo e disse: - Calma! É só um enfeite. Sibile nem piscava! Muito menos, respirava!
A noiva relaxou e soltou um longo suspiro. Um copo de água com açúcar foi servido para acalmá-la. Olhou o Cartão e disse: Só podia ser coisa do primo Oto. Na caixa, havia uma linda peça de prata, que ela adorou.
- Quer guardar o enfeite? Perguntou a camareira. Deixa aí, que depois eu vejo! - respondeu – Agora, estou pronta pra qualquer coisa, até meu nervosismo passou. Uma cobra! Disse rindo. No dia do meu casamento! Por essa peça eu não esperava...
Sibile desmaiou assim que as duas saíram. Vocês acham que terminou aqui??? Que nada! Amanhã eu conto o resto! Sibile precisa respirar.



Viamão, 22 de outubro de 2008

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Revisão: Angelita Soares

20 de out. de 2008

Dicas de Sibile

Dicas de Sibile para manter o couro.

A cobrinha Sibile estava muito preocupada com sua segurança. Também, né? Por pouco, que não virou uma bolsa de festa...! Pensando nisso, resolveu criar uma lista de precauções, para manter intacto seu lindo couro.

Daquele dia em diante, fixaria, na porta de sua toca, a seguinte lista de precauções:

1. Nunca falar com estranhos, mesmo que pareçam bonzinhos.

2. Sempre informar a alguém aonde vai e quando retorna.

3. Manter o celular ligado.

4. Ligar o alarme da toca, toda a vez que sair.

5. Em caso de seqüestro, manter a calma. Não reagir! Você é uma cobra e tem uma excelente mordida, mesmo assim tome muito cuidado.

6. Evitar lugares com pouco movimento.

7. Telefonar aos seus amigos, antes de visitá-los. Não chegar de surpresa.

8. Levar somente o necessário.

9. Evitar fazer sempre o mesmo caminho.

10. Ficar “ligado!” Se achar necessário, gritar e chamar a polícia.

Sibile gostou de fazer a lista; assim não relaxaria com sua segurança, já que não queria passar novamente por aquele sufoco. Só que o mais importante era lembrar como a vida era bonita e cheia de coisas boas...!!

Pensando nisso, resolveu sair, para caçar; seu estômago estava coladinho e precisava repor as energias. Avisou o lagarto Adroaldo que faria um passeio, até a fonte. Lá devia ter algo para comer... Depois, pretendia voltar para sua toca e dormir um bom sono reparador. Com o alarme ligado!



Viamão, 20 de outubro de 2008

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Revisão: Angelita Soares

11 de out. de 2008

O Lago dos Cisnes Negros – Uma releitura do Clássico






Oi Gente!


Este texto desenvolvi com a Turma da Tarde de Adolescentes da AFASO , bairro Bom Jesus,como parte de um trabalho voluntário.
No primeiro encontro, em 23/09/2008, trabalhamos o seguinte pensamento:

“Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor.”(Goethe)


Depois refletimos sobre o dia da árvore.

As fotos foram tiradas no Jardim Botânico de Porto Alegre,a primeira dia 23/09/2008 e as outras em 07/10/2008, por Gabriel.
Primeiro lemos um breve resumo da história do "Lago dos Cisnes",Tchaikovsky, depois fizemos esta releitura, criando uma história diferente, mas que tivesse os mesmos elementos, reinos, encantamentos e os cisnes.

Estavam no passeio: Alunos Alexandre Jr, Gilmar Oliveira Ferreira, Luciano da Silva Costa, Wagner Souza Mello, Aline Costa, Karine da Silva Rosa, Aline Rosa, Kely da Silva e Daiane dos Santos. Educador Gabriel. Presidente do Instituto Elluz Selani Becke e eu.

Muito obrigada a turminha e espero que vocês gostem do "resultado final".

Beijos,
Fernanda Blaya Figueiró

O Lago dos Cisnes Negros – Uma releitura do Clássico

Texto para dramaturgia.
Um roteiro de Fernanda Blaya Figueiró em co-autoria com os alunos da Turma da Tarde da Afaso.


Cenário: Colcha de retalhos azul para o lago, verde para o campo aberto. Caixas transformadas em pedras.
Ponte: Cordas presas com pedestais

Personagens

Tchai – A Tartaruga Sábia

Kow – O Rei Cisne Negro

Sky – A Rainha Cisne Negro

Tupi – O Lagarto Imperador

Téu Téu – Rei Quero- quero

Teon – Rainha Quero- quero

Primavera – Flor encantada que traz a estação.

Guerreira - Raio da Lua

Guerreiro - Raio do Sol



Sinopse: Em um lugar encantado do pequeno Planeta Terra reinam Kwo e Sky, os belos Cisnes Negros. A paz do reino é abalada por que o Lagarto Imperador, Tupi, atacou o Ninho dos reis, Teu Téu e Teon, sendo banido pelos guerreiros Raio da Lua e Raio do Sol. Ofendido Tupi aprisiona a Primavera. Os cisnes partem em busca de uma solução para o conflito.


1ª Cena – O Lago
A tartaruga entra caminhando lentamente. Para, olha para um lado, para o outro, estica o pescoço e diz:

Tchai
- Em um lindo e pequeno planeta chamado Terra, existe um lugar encantado: O lago dos Cisnes Negros. Suas águas são cobertas por marrequinhas, peixes, sapos, tartarugas e muitos outros animaizinhos e plantas. Ali reinam, com paz e sabedoria, Kwo e Sky, o mais belo casal de cisnes negros do planeta.

Entram os dois cisnes

Tchai
- Seu poder vem de uma força sobrenatural e intangível: o amor!

Kwo
- Tchai, sábia tartaruga, precisamos muito de seus conselhos...

Sky
- A paz do lago anda ameaçada. Os conflitos dos reinos vizinhos podem nos atingir.


Kwo
- Soubemos que Tupi, o Lagarto Imperador do Reino de Pedras, atacou o ninho dos quero-quero: Téu Téu e Teon, os Reis do Campo Aberto.

Sky
- Tememos que a discórdia entre eles afete nossa tranqüilidade. Conte-nos o que aconteceu.

Tchai
- Em uma tarde muito quente e ensolarada, Tupi invadiu o Campo Aberto, pretendia devorar os ovos do ninho, mas foi impedido pelos guerreiros Raio de Sol e Raio de Lua. Ele apenas seguia seus instintos e sentiu-se injustiçado. Ofendido aprisionou a bela Primavera, flor encantada que abre a nova estação. Nuvens tomaram conta do céu, um vento forte soprou sem cessar e os raios de sol e de lua enfraqueceram.
Um intenso frio não permitiu mais que a vida se renovasse.

Kwo
- Como podemos ajudar?

Tchai
- Libertando Primavera do feitiço que a prende...

Sky
- E como fazemos isso?

Tchai
- O feitiço só se quebrará quando Tupi aquecer seu coração.

Sky
- Os lagartos tem sangue frio...

Tchai
- E Tupi mais ainda, pois daquele dia em diante nunca mais tomou seu banho de sol.

Kwo
- Tudo na natureza é perfeito, sem a chegada da primavera haverá muito sofrimento. Hoje mesmo partiremos em direção ao Reino das Pedras.

Tchai
- Tomem muito cuidado, nobres soberanos, na travessia do Campo Aberto. Téu Téu e Teon ainda não perdoaram Tupi. Eles atacam qualquer ser que se aproxime de seu ninho, com terríveis vôos rasantes. Há quem diga que viraram os guardiões da vida e da morte.

Kwo

- Tchai! Não esqueça de nunca permitir que a ponte seja cruzada por qualquer ser que pense em destruição. Isso seria o fim da alegria que hoje reina entre nós.


Os cisnes deslizam pelo lago, a tartaruga caminha lentamente, olhando para todos os lados.

Tchai fica na ponte observando. Os cisnes saem do lago.

Tchai
- E assim partiram Kwo e Sky, em busca da harmonia perdida. Todos no lago ficaram apreensivos, mas tomaram muito cuidado para que seus pensamentos não fossem contaminados pelo medo. Sabiam que em breve eles retornariam trazendo uma boa notícia.
Tchai se encolhe, como se tivesse dentro do casco, depois sai disfarçadamente.

2ª Cena – O Campo Aberto

Kwo e Sky encontram com os guerreiros

Kwo
- Guerreiro Raio de Sol, procuramos por Tupi, o Lagarto Imperador.

Raio de Sol (fazendo uma reverência)
- Kow, Rei do Lago dos Cisnes Negros, lastimo informar que Tupi encontra-se exilado no Reino das Pedras, tendo como sua prisioneira Primavera...

Sky

- A sábia tartaruga Tchai nos contou como tudo aconteceu... Resolvemos procurar por ele, para libertar Primavera.

Raio de Lua
- Nós agimos com imparcialidade, os raios do Sol e da Lua são os mesmos para todos os seres vivos. O que afugentou Tupi foi o reflexo de nossos raios no pequeno espelho que havia no chão, nele viu refletido o seu interior.

Kwo
- Teu Téu e Teon nos permitiriam atravessar o Campo Aberto?

Raio de Sol
- Podemos partir na frente e indagar a eles. A nova estação precisa chegar.

Raio de Lua
- Nobre soberano e a ponte? Como ficará sem a sua presença?

Sky
- Tchai ficou de proteger a ponte, ninguém se atreverá a desobedecer a sábia tartaruga.

Raio de Lua
- Peço sua permissão para ir até o lago e ficar com ela. São muitos os perigos que os pensamentos destrutivos podem trazer para o mundo...

Kwo
- Tens minha permissão, Raio de Lua. Agora vamos! Cada minuto perdido é uma parte da vida que deixa de se renovar.

Raio de lua sai de cena. Kwo, Sky andam vagarosamente e raio de sol parte na frente deles. Logo em seguida Raio de Sol encontra os quero-queros, aqui teremos cinco personagens em cena, mas a atenção tem que se voltar para Raio de Sol, Kow w Sky podem andar em círculo no limite da colcha de retalhos.

Raio de Sol
- Téu Téu !Teon ! Venho em missão de Paz!

Téu Téu
- Aproxime-se!

Teon
- Guerreiro Raio de Sol, seja bem vindo ao Campo Aberto.

Raio de Sol
- Kow e Sky, preocupados com o seqüestro de Primavera pedem permissão para atravessar o Campo Aberto. Pretendem convencer Tupi a libertá-la.

Téu Téu
-Que sejam bem vindos. Mas, e a ponte?

Raio de Sol
- A ponte ficou protegida por Tchai. Raio de Lua foi ajudá-la.

Teon
- O Campo Aberto está secando, em pouco tempo não mais teremos alimentos. Tupi sabia que não deveria atacar nosso ninho.

Raio de Sol
- Kwo e Sky buscam o equilíbrio...

Téu Téu
- Raio de Sol, retorne e informe a eles que tem nosso apoio. Podem cruzar o campo e se precisar podem contar com nossa ajuda. Não queremos mal a Tupi, apenas vamos continuar defendendo nossos filhotes.

Raio de Sol
- Obrigado!

Raio de sol retorna, os quero-queros saem de cena. Os três personagens atravessam a colcha chegando ao Reino de Pedras.

3ª Cena – O Reino de Pedras
Os três personagens param e olham para as pedras.

Sky
- Que lugar lindo!

Kwo
- Raio de Sol, você consegue atravessar os espinhos dos cactos e chamar Tupi?

Raio de Sol
- Há muitas sombras aqui... Prefiro me afastar

Raio de Sol sai de cena.

Sky
- Eu colhi frutas frescas para oferecer a ele...

Kow
- Tupi!... Tupi!... Precisamos falar com você... Apareça!

Depois de um breve silêncio o lagarto sai de trás das pedras. Caminha desconfiado, olhando para os lados e colocando a língua para fora.( tem um dos meninos que imita igualzinho)

Kow
- Caro Imperador! Viemos em missão de Paz...

Tupi
- Sei!... Missão de Paz... Sei!... Que conversa fiada... ( bate os dedos numa pedra)... Kow, Sky, os Reis queridinhos de todo mundo!... Missão de Paz... E essas frutas? Vocês acham que o Grande Imperador é bobo?

Sky
- Não! São uma oferenda, um sinal de amizade. De respeito.

Tupi pega uma fruta.

Tupi
- Amizade! Sei... Cês tão é tudo com medo... Eu estou côa Primavera!... Uma chata, por sinal, passa choramingando. ( para o público).

São ouvidos soluços e um chorinho.

Sky
- Precisamos que a Primavera chegue... Restabelecendo a harmonia... Se não, todos nó morreremos, até você.

Tupi
- Sei!... Nem o cacto tem flores mais... Ultimamente tenho passado fome, olha como to magrinho... De mim ninguém tem pena... E ando passando um frio... Bruuuuuuum, muito frio.

Kow
- O que você quer para soltar a Primavera?

Tupi
- Quero?? – Deixa pensar??... Que os raios do sol voltem a me aquecer.

Sky
- Providenciaremos isso. Mas, você vai prometer que não vai mais atacar o ninho dos quero quero.

Tupi
- Não mesmo, eles que cuidem de seu ninho... Eu não vou prometer coisa que não posso cumprir.

Kow
- É justo! De hoje em diante os quero-quero cuidam de seu ninho. Você toma seu banho de sol todos os dias e a primavera retorna.

Tupi
- Combinado... Mas, e a ponte??

Sky
- Tchai ficou guardando a ponte, com a ajuda de Raio de Lua.

Entra a Primavera está muito triste, mas aos poucos começa a sorrir e de uma cesta retira pétalas de flores que joga nas pedras.

Tupi
- Vai! Vai! Não agüento mais choramingos... Vou ficar aqui tomando meu banho de sol.

Raio de sol retorna e fica com Tupi. Kow, Sky e Primavera voltam pelo campo aberto , passam por Téu Téu e Teon retornando ao lago.



4ª Cena – A ponte

Kow, Sky e a Primavera chegam ao lago.

Kow
- Tchai, Sábia Tartaruga, onde você está? Raio de Lua apareça!

Sky
- Kow, olhe o lago! A água quase secou...

Primavera solta pétalas no lago.

Kow
- Tchai!!!

A tartaruga entra olha para os lados e diz

Tchai
- Tudo ia muito bem, até que um único pensamento destrutivo conseguiu atravessar a ponte. Foi horrível! Nele a Terra estava incandescente, um grande incêndio acontecia... Usamos parte da água do lago para apagar o fogo.

Sky
- Onde está Raio de Lua?

Tchai
- Raio de Lua expulsou este pensamento para o outro lado da ponte, só que ficou presa lá. Logo em seguida sentimos a chegada da Primavera, a alegria voltou. Mas, Raio de Lua não voltou mais.

Kow
- Nunca esqueceremos de Raio de Lua e nunca mais deixaremos o lago.

A primavera solta pétalas na ponte.

Sky
- Olhem! As águas voltaram e nelas há uma imagem refletida.

Kwo
- Raio da Lua!

Tchai ( olhando para o público)

- Deste dia em diante, Raio de Sol e Raio de Lua nunca mais se encontraram. Um foi habitar o Dia e o outro a Noite. E a ponte ainda existe ligando os dois lados e impedindo que os pensamentos destrutivos cheguem até a Terra.

Fim

6 de out. de 2008

A Cobra Fumou!

A Cobra Fumou!



A cobrinha Sibile estava doida da vida, por muito pouco, não virou uma bolsa de festa!É isso mesmo que vocês ouviram! Pois é! Ela vinha pela estrada, de madrugada, sem incomodar ninguém, quando viu uma enorme caminhonete vindo, a toda a velocidade, na sua direção. Não teve nem tempo de se esconder...!!

De dentro do carro, saíram um garoto e uma garota. Sibile ficou no meio da estrada, usando a velha tática de fingir que estava morta. Eles chegaram bem perto e começaram a cutucá-la com uma vareta, ela agüentou firme, sem se mexer. O garoto voltou, para pegar um saco, dentro do carro, e a garota ficou ali, de olho nela... Enquanto isso, eles falavam bem alto, para todo mundo ouvir, que ganhariam uma nota preta, fazendo uma bolsa com o couro de Sibile.

O seqüestro foi muito rápido, colocaram Sibile no saco e jogaram no chão do banco do motorista. Ela era forte e ficou quietinha, esperando a melhor hora, para salvar seu couro. Os dois riam e faziam planos de como gastariam o dinheiro, enquanto corriam feitos loucos.

O garoto acelerou, mesmo! Quando Sibile sentiu que ele ia usar o freio deu um bote em sua perna, sem dó, nem piedade... Os dois viram foi um muro e bem de perto!! A caminhonete explodiu, logo em seguida, largando uma fumaceira. Sibile escapou sã e salva, voando pelo vidro!

De longe, viu os bombeiros ajudando os dois patetas, que choravam, como crianças, e tentavam explicar o que havia acontecido.

- A cobra!! Foi a cobra... – Eles diziam. Mas, os bombeiros não pareciam acreditar muito

Também, quem mandou ficar cutucando cobra? Depois daquela noite, ninguém mais se atreveu a cruzar seu caminho. Sibile não tinha veneno, mas sabia se defender.

Na chácara, o boato que se espalhou foi de que a cobra tinha fumado cachimbo. O que era uma grande bobagem, já que Sibile sabia que o fumo era um veneno.

Bolsa de festa... Imagina!!!



Viamão, 06 de outubro de 2008.

Fernanda Blaya Figueiró