26 de ago. de 2008

Que encrenca!

Que encrenca!

Sol! Calor e céu limpo, sem nenhuma nuvem. Sibile estava louca para passear; o campo estava repleto de pequenas flores e o pasto tinha crescido, depois da chuvarada, como um pão cheio de fermento...!

A forte chuva, da semana anterior, havia formado um valão, entre o chão e o asfalto, bem perto da árvore, em que a cobrinha morava, fazendo com que os carros desviassem. Sibile não estava gostando muito das manobras, então, subiu pelo tronco até a copa da árvore, para ver, melhor, o movimento. Estava sem fome, pois havia comido um camundongo. Não era ,exatamente, seu prato preferido, mas foi o que conseguiu caçar, durante a noite.

Quando chegou no topo da árvore, um caminhão de carga fez uma manobra radical, para desviar do buraco, sacudindo a árvore. Sibile acabou caindo, dentro do caminhão...!Adivinhem quem estava lá??? Oto e Pinhão! Por sorte, ela caiu num cantinho cheio de serragem, ficou a poucos centímetros das potentes patas de Pinhão.E, para sua sorte, ele usava alguma coisa, tapando os olhos e Oto conversava, com ele, de uma janelinha que ligava a parte da frente e a de trás do caminhão.

- Então, campeão! Tudo bem, ai?- Perguntou sorrindo – Calma, que foi só um buraco na estrada...

Pinhão ficou quieto, logo, em seguida, disse baixinho: - Será que esse parque de exposições fica longe... Detesto viajar! - Esse ano, o Freio de Ouro vai ser meu, de Oto, eu tô sentindo...!!

Sibile gelou! Parque de exposições, viagem, Freio de Ouro. Onde estaria indo? Como voltaria para casa? Tenho que anotar a placa deste negócio, assim que descer, senão_ adeus, minha casa! Pensou.

Viamão, 26 de agosto de dois mil e oito.
Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Este texto foi revisado por Angelita Soares

www.noreinodelandria.blogspot.com

19 de ago. de 2008

Verdadeira! Falsa!

Oi, gente!

Mais uma aventura de Sibile!

Boa leitura!

Fernanda

Verdadeira!Falsa!

Chovia! Chovia! Chovia!
Sibile, a cobra mais legal do mundo, estava cansada de tanta chuva...! Todos os animais sabiam o quanto a chuva era importante, para a manutenção da vida. Então, o jeito mesmo era achar coisas bacanas para fazer.
Ela aproveitou, que quase não tinha movimento na estrada, para andar um pouquinho pela vizinhança. Resolveu visitar Pinhão, o cavalinho crioulo que, no dia anterior, tinha sido preso, perto de sua casa.
Deslizou até a baia; a casa de Pinhão ficava dentro de um galpão enorme...! Sibile espiou, bastante, antes de entrar, já que aquele lugar parecia assustador...! Subiu, pelo cantinho da parede, para observar bem. O menino, que havia prendido Pinhão, estava sentado, perto da janela, olhando para a rua e parecia entediado... De longe, veio um grito que chamou sua atenção
- Oto! – Uma mulher entrou, trazendo um prato coberto, com um paninho - Vem lanchar... Fiz bolinhos...
- Já vou mãe! – Ele respondeu, levantando-se. –Hum, bolinhos!
Sibile estava pendurada na janela. A mãe do menino virou e deu de cara com ela.
- Oto! Olha uma cobra... Socorro!!!- A mulher saiu correndo e gritando. Não se mexa! Vou pegar o facão e já volto. Não chega perto; é uma coral e verdadeira... Verdadeira.
Sibile ficou congelada de medo. Sabia que vinha chumbo grosso pro seu lado.. Pinhão entrou em pânico, dentro da baia, e o galpão virou a maior confusão!
Oto não tinha medo e foi olhar de perto
-Oh!oh! – Sibile viu que estava encrencada. Usou a velha tática de fingir que estava morta. Ficou parada, sem respirar. Oto era esperto e, logo, notou que ela estava viva.
- Ok, cobrinha! Você tem poucas chances!. – Disse, olhando bem em seus olhos – Aproveite e vá embora...Não quero que ela mate você...
Sibile viu, no olhar do menino, que podia confiar nele, abandonou a velha tática e relaxou. Oto pegou um graveto e jogou-a bem longe. Sibile aproveitou, para voltar, voando, para casa. Só que, no meio da confusão, acabou mudando de pele!
Quando a mãe de Oto voltou, armada de facão, vassoura, botas e luvas; ela só encontrou o couro abandonado de Sibile.
- Calma mãe! – É só um pedaço do couro de uma cobra...
Ela respirou aliviada. Sentou no banco e ficou resmungando
- Mas parecia que tava viva! Imagina! Uma coral verdadeira. Isso é um perigo.
- Não sei! Pelo que eu estudei, acho que era uma cobra falsa – Disse o menino tentando acalmar a mãe.
Oto sabia que sua mãe tinha um pouco de razão. Mas também sabia que as cobras só atacam, quando se sentem ameaçadas. Resolveu recolher o couro, para descobrir se Sibile era mesmo uma coral verdadeira ou se era falsa.
- Acho que era falsa! Concluiu.
- Que nada ! – Retrucou sua mãe, enquanto comia um bolinho atrás do outro. – Era verdadeira.
Sibile decidiu que chegava de tentativas de aproximação com Pinhão! Para sua sorte, o lagarto Adroaldo estava escondido da chuva e não viu nada.
Agora, puxa, ficar dizendo que eu sou falsa...! Não gostei, não! – Pensou emburrada. Ora falsa... Eu sou cobra, sim. Só não tenho veneno. Mas paciência tem limite...!Falsa!!! – Resmungou, chateada, olhando para chuva que não parava de cair.

Viamão, 18 de agosto de 2008.

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Revisado por Angelita Soares

15 de ago. de 2008

Uma amiga de sibile

Oi!

Esta é a foto de uma cobrinha igual a nossa personagem!

Beijos,
Fernanda

A Serpente Amiga

Bom dia!

Hoje inicia uma nova etapa do blog, com novos personagens e muita aventura.

Boa leitura
Fernanda



A serpente amiga.

Sibile, um filhotinho de cobra coral, morava no tronco oco de uma velha árvore que ficava perto de um mato, uma estrada e algumas casas.
Durante o dia costumava ficar escondidinha e a noite saía para passear e caçar. As cobras tinham poucos amigos, já que as pessoas não gostavam delas, uma verdadeira injustiça, e os outros animais tinham medo, por que algumas cobras tinham veneno. Sibile era muito bonita! Seu corpo era todo desenhado nas cores: vermelho, preto e branco. Ela não era muito grande e: - “Não tinha veneno!”
Um dia estava tirando uma sonequinha e um barulho chamou sua atenção. Com muito cuidado resolveu olhar o que era. Encrenca! pensou. Um menino havia prendido, em um dos galhos de sua casa, um cavalo crioulo. Cavalos morrem de medo das cobras!
Sibile não sabia o que fazer, estava a poucos metros dele. O menino amarrou tanto a corda, que ele nem conseguia comer. Ela queria ajudar, mas não sabia como. Pensou que se falasse com o cavalo seria a maior confusão do mundo... Resolveu então fingir que era a árvore.
- Olá! – disse de dentro do tronco – Como você se chama?
O cavalo olhou para um lado, para o outro e não viu ninguém. Começou a bater as patas no chão, relinchar e empinar o corpo.
- Brumm!- Devo estar com febre! - resmungou – Brrmm! Brrmm!
Sibile notou que ele ficou nervoso e assustado, resolveu ficar quietinha, esperando que o menino voltasse. Logo o sol baixou e ele apareceu, levando o cavalo pela estrada.- “Vem, Pinhão!” – ele dizia, puxando a corda. – E aí? Como passou a tarde?...
Sibile esticou bem o corpo, estava cansada de ficar parada. Desceu pelo tronco da árvore e foi passear. O famoso lagarto Adroaldo retornava de seu habitual banho de sol. Ele havia assistido a tudo e perguntou:
- Sibile! – Você sabe que não deve falar com os outros animais?
- Sei – respondeu encabulada – Mas, eu não tenho quase amigos e o menino deixou o cavalinho sem comer, achei muito feio isso. Sabe que ele se chama Pinhão?
- Homens e Cavalos vivem juntos há muito tempo, se dão muito bem... Ele prendeu o cavalo para perder a barriga e correr mais... São coisas deles, não devemos nos meter. Entendido, mocinha?
A serpente fez um sinal de que havia sim entendido.
- Agora vá brincar! – ordenou o lagarto. – E, prepare-se! Se eles passarem a usar sua árvore, você vai ter que se mudar...
- Mudar!!! Oh! Oh! – isso não fazia parte dos seus planos.
Por quê? Mais uma injustiça, sua casa era tão quentinha e aconchegante. Isso não era justo, pensou. Precisava achar um jeito de ficar amiga do cavalo e do menino. Só que isso era totalmente proibido.
Sibile precisava pensar...

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Viamão, dia 15 de agosto de 2008.

Este texto será lido por Fernanda Blaya Figueiró no Programa: Janela da Cultura. Rádio Comunitária Santa Isabel, 91,7.

14 de ago. de 2008

Contos

Oi Gente!

Escolhi quatro contos para republicar.
Um beijão,
Fernanda


A Terra e o Tempo

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Ao longo de uma estrada andavam lado a lado a Terra e o Tempo.

Ela estava cansada... Tinha poucas flores coloridas nos cabelos e profundas chagas nas mãos e no rosto... Olhando nos olhos dele pediu:

- Senhor! Por favor, preciso de ajuda.

- Preciso atravessar o rio.

Não era um problema dele, o Tempo pensou em seguir o seu caminho... Mas, os olhos dela! Aqueles olhos despertavam compaixão... Aproximou-se e viu melhor a gravidade de suas feridas.

O Tempo trazia um importante documento: uma carta de intenções generosas da humanidade. Imaginou que as feridas dela podiam contaminá-lo. Mas, mesmo assim resolveu acompanhá-la.

O rio era raso, a água pura e doce, ela parou na margem e calmamente foi entrando, ele colocou a mão em sua cintura e juntos iniciaram a travessia. A força da correnteza tornava a marcha lenta e pesada, cada passo podia ser sentido. Mas, no rosto dela o Tempo via serenidade em seus movimentos leveza. O rio murmurava:

- Reciclar!Reciclar!

A água tocou o rosto dela levando as chagas, nele tocou o coração enchendo de paz, de alegria e de ternura.

Quando chegaram a outra margem ele havia perdido o seu precioso documento. Ela as dores.

Vendo a aflição do Tempo, a Terra agradeceu:

- Amigo, obrigada!

O tempo desceu, então, o leito do rio. A terra subiu.

Constrangido ele achou que havia falhado em sua missão. Os sábios que esperavam o documento estavam todos reunidos em volta da fogueira, entoando uma canção, que lembrava o murmúrio do rio: -Reciclar! Reciclar!

O mais velho dos mestres perguntou o que havia acontecido, ele disse que trazia as mãos vazias... Os sábios compreenderam e responderam com o silêncio: a Carta da Terra havia chegado até ela. Aliviado ele adormeceu.

O sol lentamente apareceu no firmamento, seus primeiros raios iluminaram o ancião estava sentado ao lado do Tempo. Eles olharam para o rio que corria lentamente.

Os olhos do Tempo encontraram-se com os do Ancião, e a humanidade enfim compreendeu. O dia passou, o rio correu. O tempo mudou. A terra girou sem chagas e com flores nos cabelos.



Texto preparado para o II Encontro Diálogos de Budismo e Ecologia.

Agradecimento especial a Taís, Ilson Fonseca e as crianças do Castelinho por sua valiosa colaboração.







Um conto sem fadas?



Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Co-autoria: Angelita Soares



Julieta guardou com carinho suas sapatilhas douradas. Ela acreditava que, um dia,uma bela fada sairia delas e resolveria todos os problemas do mundo...!

- As fadas se alimentam dos bons pensamentos das crianças. – Foi o que seu Antônio, o Senhor dos Sacos, um dia, havia lhe dito - Só que as crianças de hoje, tem poucos bons pensamentos.

Seu Antônio não tem casa... - Coitadinho! Ele dizia, e no seu mundo colorido ia juntando, um papelzinho, uma embalagem, a foto de uma bela casa, na calçada da Caixa. Ganhava um churrasquinho e contava histórias.

Julieta falou das fadas para as crianças que brincavam de pula;r as poças formadas pela chuva.

- Fadas não existem! - Dizia um.

E o outro:Só nos grandes castelos, onde vivem príncipes e princesas, onde tem dragões e espadas. Ou, nas florestas,escondidas, nas flores.

A roda pesada do ônibus atravessou a poça, jogando água e barro, para a alegria da criançada.

Algumas mães voltavam do trabalho e pisavam, com todo o cuidado, nas ruas descalçadas, para não sujarem as botas. E, com olhos severos, recolhiam a criançada.

-Julieta! - chamou um menino gordinho, de olhos vivos e brilhantes- Como são as fadas?

Ela não sabia, mas precisava de uma resposta rápida.

- As fadas... São invisíveis...!! Elas se escondem nas palavras e nos cantos dos becos... Quer ver? Fa - Vê - La - Uma fada que se esconde numa vela. Vi- La - Uma fada que Vi lá. Fa Do , um fado, que dança desengonçado.

-Fado?

As crianças riram das maluquices de Julieta. Passaram a procurar fadas por todos os lados. Dr. Fiodor devia ter uma fada_Para a dor. Dona Ana, uma fada bacana! Seu João, uma fada do Pão! Dr. Clemente_ uma fada que consertava os dentes...!

As frestas das casas de madeira precisavam de fadas tecedeiras... Nos corredores_Fadas de cores...!! Imagina a rua_Toda colorida com fitas...E uma fada bonita!! E, para o banheiro , uma fada de cheiro...!!

A brincadeira durou a semana inteira. Escondidas, as crianças procuravam ver fadas e duendes...

No domingo, Julieta calçou suas sapatilhas douradas.A fada adorada apareceu...No meio da calçada.!Seu Pedro sentava pedras com a ajuda de toda a vila, o beco brilhava, com as fadas encantadas...Escondidas!!! E o conto ganhou amadas fadas!As mais variadas!!





Aos olhos da sapa

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Co-autoria: Angelita Soares

Aos olhos da sapa

O sapo parecia um príncipe. Pobre sapo_Tão difícil ser príncipe! Um belo e imponente cavalo branco, uma promessa de grandes feitos e beleza infinda. O problema maior foi que o sapo acreditou nisso tudo, mais até do que a sapa, que não era nenhuma princesa de longos e lisos cabelos loiros, enfeitados com tiara de diamantes...

- A vida é só isso? – Exclamou um dia, olhando para ela.

Os olhos dela não queriam acreditar no que os ouvidos haviam escutado. O nariz sentiu um ranço... A pele, um frio glacial e a boca, um gosto de charco mofado.

Pula, pula, pula. Daqui pra lá, de lá pra cá... Numa pedra, escorrega. Noutra, tropeça. Bate cabeça, come poeira.

Quando o sapo voltou... Onde estava a sapa?

Busca daqui, busca dali. Pergunta e ninguém responde... Desce noite, sobe dia.

Que agonia!Coaxou a saparia! O charco inteiro respondeu,

Pulando de alegria,

Na maior cantoria: A sapa tá, na lagoa, lavando a pata... !!

E o sapo descobriu: O sapo não lava o pé, por que não quer... !







A bruxinha que não sabia ler.

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Co-autoria: Angelita Soares

Sneed era uma bruxinha muito esperta e querida, ela vivia num pedaço da mata atlântica brasileira, um lugar mágico e encantador, que estava sendo destruído por homens gananciosos e sem consciência.

A pequena tentava proteger a mata da destruição, fazendo encantamentos e feitiços de lua nova. Sneed não são sabia ler! Quer dizer, não sabia a linguagem daqueles homens. Só ouvia o lamento da Mãe Natureza. Via o assombro dos animaizinhos, que fugiam sem saber bem pra onde.

Os homens traziam papéis com muitas coisas escritas. Cheios de razão, ateavam fogo na mata. Jogavam veneno nos rios. Escalavravam a terra com pesadas máquinas. Largavam sementes estranhas nos sulcos. E as pobres plantas? Se não dessem o que eles queriam... Foice no pé.

Um dia estava preparando uma oferenda de lua cheia e encontrou um filhote de homem. Assustada ela se escondeu no tronco de uma grande árvore. O menino sentou pertinho dela, tinha nas mãos um livro cheio de coisas escritas e desenhadas.

Sneed tirou o chapéu, o lenço que usava no pescoço e fingiu ser uma menina. Aproximou-se dele e, como quem não queria nada, foi logo perguntando:

- O que você está fazendo?

- Lendo! – respondeu intrigado – O meu nome é Francisco, e o seu?

Ela precisava pensar rápido, um humano nunca pode saber o verdadeiro nome de uma bruxa. Lembrou da mata.

- Atlântica! – disse com firmeza.

Francisco não agüentou e desatou a rir. Logo pediu desculpas, disse que nunca tinha conhecido alguém que tivesse o nome da mata.

Sneed mostrou a ele toda a beleza e riqueza que havia bem a sua frente. Francisco leu para ela uma parte do livro que falava sobre a preservação da natureza. Os dois ficaram muito amigos. A bruxinha aprendeu a ler e descobriu que muitos homens estavam preocupados com a mata, com a vida dos animais e das águas.

Numa noite de lua crescente ela leu uma oração de um outro Francisco, que pedia proteção para os animais. Como a lua a oração cresceria no coração das pessoas.

Mas, foi numa lua minguante que a grande mágica aconteceu! Como encantamento a mata foi cercada e protegida. Francisco sorria com um papel na mão, onde tudo foi bem escrito. Sneed viu um círculo mágico de luz se formando e do papel surgiram às palavras: Reserva Nacional da Biodiversidade. E Francisco nem precisou explicar...

Hoje quem caminha pela mata fica encantado... Em qualquer lua!

7 de ago. de 2008

Brincante

Bom dia, amigos!

Este é um poema meu, que escrevi especialmente para o Charau Viandantes, e para o Tio Marquinho, um verdadeiro brincante.
Em breve estarei inaugurando uma nova etapa do blog, com novos personagens e formatos.

um beijão
Fernanda



O Brincante*


O Brincante vinha na perna-de-pau,
Não tinha olho de vidro, nem cara de mau.
Não era sonho nem brincadeira!
Trazia alegria para a sala inteira.

Vinha de muito longe,
Fazendo música com qualquer bonde...
De um mundo distante
Onde tudo era alegria.

Menina tristonha ganhava uma fronha!
Menino cansado um saco furado.
Cachorro sem banho?
O brincante era ligeiro!
Tirava da manga um leque de cheiros.
Gato escaldado? Virava um bom soldado...

Doces ele trazia
Na sua lembrança
Balas de açúcar e uma lambança.

Assim ele seguia
Na perna de pau... Na rua sem sal...
Brinquedos não eram segredos,
Só fantasia e alegria

E assim partia a apatia na
Melodia do brincante faceiro
E do seu pandeiro...



Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Dedicado ao Tio Marquinho e ao Grupo Viandantes

* II Versão. A autora optou por utilizar a palavra "Brincante",termo de uso popular.

1 de ago. de 2008

Valeu LOU

Preciso agradecer muito a Lou Salzano, minha filhinha, pois foi ela que sempre cuidou da apresentação do blog. E ao João Gabriel, meu filhinho, que sempre leu e acompanhou as histórias. E ao Nico, meu marido pela paciência em ouvir falar na Linna Franco...

A todos os amigos

beijos
Fernanda

O Fim do Ciclo é também o Início.

O Fim do Ciclo é também o Início.

Queridos leitores!

Escolhi o mês em que o blog completa dois anos para terminar um ciclo de produção: As Aventuras de Linna Franco.
Agradeço a Angelita Soares, por sua valiosa colaboração, como leitora, revisora e co-autora e a todos os amigos que acompanharam estes dois anos de jornada.
Escolhi para finalizar a produção um dos primeiro textos das Aventuras de Linna Franco. Publicado no Site da Revista Viamão e inaugurando o blog, em 19 de agosto de 2006.
Em breve publicarei todos os posts em E-book. Aguarde!

Um grande Abraço
Fernanda Blaya Figueiró


Como é belo o mundo!

Linna acordou inspirada. Domingo, onze horas da manhã, o parque cheio de gente. O terno sol de inverno convidando para sair de casa. Sua mãe queria que ela fosse almoçar com a família. Pegou a “magrela” e foi direto para o parque, o almoço teria que esperar. Armando já estava lá, com a máquina em punho. Uma legião vestia branco e pedia Paz.
Paz no mundo.
Linna usou uma bandeira, comprada de um ambulante, para aderir, incondicionalmente, ao movimento.
Um movimento de reação. Uma verdadeira estratégia de guerra. Contra a onda de medo e ódio. Contra a manipulação dos fatos e o pânico que estava se instaurando nas comunidades. O parque foi tomado por pessoas de todas as idades. De todas as culturas. De todos os partidos.
O grupo caminhou, cantou, pensou: “Vamos reagir enquanto é tempo!”
Armando e Linna estavam agitados, a sociedade brasileira esta passando por um momento crítico.
O terrorismo que antes estava restrito ao Oriente Médio, Europa e USA. Agora estava batendo a porta dos brasileiros, com mais intensidade do que nunca. E o que era pior, promovido por um grupo de excluídos do próprio sistema social brasileiro. Um produto da nossa sociedade.
Linna estava tomada de um sentimento de medo, misturado com revolta. Como a sociedade poderia reagir?
Armando estava fotografando a manifestação quando um grupo começou o arrastão. Levaram tudo, bolsas, carteiras, óculos, bonés. Tudo o que tivesse valor.
O batalhão de choque da polícia militar que acompanhava a manifestação entrou em ação.
Uma fileira de soldados batia o cacete contra o escudo. O barulho era amedrontador. Eles marcharam enfileirados para conter o tumulto. Os cavalos galopando avançaram dissipando a multidão. As espadas tiniam o solo soltando faíscas, Linna foi atropelada pelas patas de um cavalo. Caiu e Armando puxou-a para baixo de uma barraca. Os dois ficaram ali até que as coisas se acalmassem.
Essa paz te serve? Perguntou a ela Armando
Por enquanto ainda me serva. Respondeu Linna.
Perdeu a bicicleta, a carteira. Estava com o corpo todo dolorido, mas ainda achava que o caminho era esse. Reagir pacificamente.
As fotos de Armando ficaram maravilhosas. Pois o tumulto, as agressões, a violência não apagaram a bela cor do dia, não destruíram as imagens serenas dos rostos dos manifestantes. Não calaram a voz da cidade.
PAZ!


FIM