24 de nov. de 2008

A vaca caiu na lama

Oi Gente!
Esta história surgiu de uma contação da Cataventus no Espaço Viandantes.AS crianças escolheram alguns animais do livro: O Menino Mestre e o Rei Zumbi, de Mestre Klaity e Cássia Luz. Começamos uma nova história e fiz esta pequena esquete.

beijos,
Fernanda.

A vaca caiu na lama!
Macaco-
Coelho –
Tatu bola –
Arraia –
Caranguejo-
Vaquinha –
Leão –
Zebra –
Girafa –
Coruja –

Roteiro Fernanda Blaya Figueiró.

Sinopse: Os animaizinhos estão brincando na praia, quando o Macaco entra e diz que a vaca caiu na lama e precisa de ajuda. Eles passam a decidir como vão ajudar.

Cenário: Uma praia próxima a uma floresta.

Sugestão: Pode ser feita uma mistura de contação e interpretação. Um adulto ( ou um dos adolescentes) vai contando a história e algumas falas são interpretadas pelas crianças. A caracterização pode ser feita com crachás com o desenho dos personagens, para facilitar a produção.
1ª Cena

Coruja
- Bom Dia( tarde?) !
Eu sou, como vocês podem ver, uma??? Coruja!!
E esta é a árvore que eu moro... Pois bem! Tudo começou em um lindo dia de sol, lembro bem! Os animaizinhos brincavam tranquilamente: o coelho ( entra o coelho) comia uma enorme folha de couve( ou uma fruta); o tatu bola ( entra o tatu ) brincava de alongar o casco; na areia o caranguejo ( entra o caranguejo) dançava de um lado para o outro e, na água, a arraia nadava e pulava.
Tudo estava muito calmo! Até que o macaco Kako ( entra o macaco) chegou muito afobado contando que a Vaca tinha caído na lama. Não foi assim Kako?

Kako
- Isso mesmo! A Vaca caiu na Lama!

Coruja ( olhando para os animaizinhos)
- E agora? A vaca caiu na lama, o que vamos fazer?

O macaco senta e come um pedaço da cove ( pode ser uma fruta) do coelho. Os outros personagem olham para a coruja e a narrativa passa para tempo real.

Coelho
- Eu tenho que cuidar da horta...

Arraia
- Eu não posso sair do mar.

Tatu bola

- Eu tenho que fazer meus buracos!! Tenho muitos buracos e túneis para fazer... Não posso ajudar vaca nenhuma...

Caranguejo
- Que tamanho é essa vaca??

Coruja
- Então Kako? Que tamanho é a vaca...

O macaco abre bem os braços.

Kako
- Deste tamanho...

Coelho
- Xiiiiiiiii! Deste tamanho! Como é que a gente vai ajudar??

Coruja
- E agora? Quem sabe pedimos ajuda para a girafa, o leão e a zebra. Eles moram na floresta.

Coelho
- O leão??? Sei não! ( o coelho pode ficar se escondendo do leão) Leão!!! Será que ele vai se comportar?

Tatu bola
- O Leão é gente boa! Quando não está com fome ( para o público) Eu vou lá chamar eles....

O tatu sai.

Coruja
- Kako! É muito longe o lugar onde a vaca caiu na lama?

Kako
- É... Pra lá! ( aponta para uma direção)

O tatu volta acompanhado pelo leão, a zebra e a girafa.

Tatu
- Aqui estão eles!

Leão
- O tatu disse que a vaca caiu na lama. O que vocês querem que a gente faça?

Coelho
- Acho que eu vou desmaiar! ( olhando para o público e se afastando do leão)

Coruja
- O Kako disse que a vaca é deeeeeeeeeesse tamanho! E nós somos todos assim( faz um gesto indicando que são todos pequenos) ...

Girafa
- Um bando de baixinhos... E onde está a vaca???

Kako
- Lá!

A girafa estica o pescoço e diz:

Girafa
- Lá está ela! Coitada... No meio da lama...

Zebra
- Eu posso puxar ela, se todo mundo ajudar...

Coruja
- Quem sabe jogamos uma corda para ela e puxamos... Pode ser uma corda com muitos nós. Cada um de nós pega um nó e puxa...

Todos
- Pode ser...

O macaco sai e volta trazendo uma corda...

Coruja
- Quem vai levar a corda até ela?

Coelho
- Deixa comigo...
O coelho sai levando a corda

Leão
- Fazer força me deixa com uma fome...

Coelho
- E essa agora...

Coruja
- Vamos gente! No três puxamos juntos... Um, dois e três

Todos os personagens pegam na corda e puxam

Coruja
- Força! Força!

Depois de alguns minutos o coelho retorna. A vaca entra toda suja segurando a corda.

Coruja
- Bem vinda dona vaca!!

Vaca
- Obrigada!! Muuuuuuuuuu! Mas, Muuuuuuuuuuuu ... Eu só estava tomando um bom banho de lama...

Coruja
- E assim termina a nossa história... Palmas para nossos amigos!!!

A História pode terminar com uma coreografia.

Um Conto de Natal - As três Marias

As Três Marias - Um conto de Natal



Lá, do alto do céu, as Três Marias observavam a Terra, quando viram que, sorrateiramente, alguém tentava acabar com a alegria do Natal.

- O Natal é só comércio... O Natal virou uma porcaria... Não tem mais peru... Não tem mais presentes... Nem bolinhas, no pinheiro, tem...! Ou melhor, nem pinheiro... Que bobagem esse tal Natal... Natal!!! Natal!!...

Em muitos lugares diferentes do Planeta, eram ouvidos estes resmungos...

- O que podemos fazer? - Conversaram as estrelas, entre si.

Natal, sem alegria, não é Natal!

Órion, o grande guerreiro da constelação, resolveu ajudar! Autorizou as estrelas a descerem, até a Terra, para procurar a alegria perdida. Por alguns dias, ficaria sem seu cinturão. Pelo poder de sua constelação, transformou as três estrelas em três anjos: Maria da Paz, Maria do Amor e Maria da Compaixão.

Mas o encanto terminaria, no dia 24 de dezembro de dois mil e oito, à meia noite. Porém, se as Três Marias não encontrassem a alegria, este seria o último Natal de todos.

O tempo começou a correr e elas desceram, com muito cuidado...! Cada uma foi parar , num canto diferente do mundo.

Percorreram cidades, florestas, praias, desertos... Sempre perguntando: - O que é o Natal?

As respostas eram as mais variadas possíveis... Mas, uma que sempre se repetia, deixou as estrelas preocupadas... – Não sei! Ninguém mais sabia!

Pois é! As pessoas haviam esquecido a história do Natal... E Vocês amiguinhos ainda lembram?

Maria do Amor resolveu, então, começar contando a história de um menino, chamado Jesus de Nazaré. Um menino que veio ao mundo, para trazer uma mensagem, Maria da Paz continuou, falando de paz, amor e compaixão. Ele tinha nascido, em uma pequena estrebaria, aquecido pelo amor de Maria e José e na companhia de muitos animaizinhos. Maria da Compaixão contou que a Estrela de Belém guiou os pastores e três reis, de lugares distantes, até o menino.

Elas contaram esta história, muitas vezes, para muitas crianças, jovens e adultos...

E, no dia vinte e quatro de dezembro, à meia noite, quando o grande guerreiro Órion apareceu, o mundo estava em festa; a alegria retornara, em todos os lares da Terra...!! Não importavam os presentes, as luzes e nem as fartas ceias... A alegria do Natal estava no sorriso de um menino, chamado Jesus de Nazaré...!!

Viamão, 24 de novembro de 2008.


Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Revisão: Angelita Soares

15 de nov. de 2008

A porta do fim do mundo.

A porta do fim do mundo.

Estava á procura da porta do fim do mundo, para passar-lhe uma tramela. Não era nenhum herói ou guerreiro, nem bruxo ou feiticeiro. Era pequenino e peludo. Tinha garras afiadas... dentes pontudos... e olhos brilhantes. Mas ,antes de partir, bateu a porta de Dona Bruxa, para pedir um conselho. Ouviu um rangido medonho e viu levantar muita poeira. A porta abriu, com dificuldade! E, lá, no fundo do corredor, Dona Bruxa apareceu. Usava um vestido comprido, muito bonito e esverdeado. Estava sentada perto de um poço, que refletia a luz da lua.
- Venha cá, bichano – Disse sem sair do lugar. - Como você se chama?
- Digo? Ou não digo meu nome a Dona Bruxa? – Pensou, assustado.
Foi chegando de mansinho e se aninhou, como para tirar um soninho.
- Que nome você acha que eu tenho? –Perguntou, como quem não queria nada.
- Gato angorá, laranja e branco, com um olho de cada cor... - Resmungou ela. – Que procura a porta do fim do mundo? Hum! Vejamos... Mitho? – Do poço, saia uma fumaça estranha – Então, meu pequeno, diga por que bateu em minha porta?
- Ouvi dizer que o fim do mundo se aproxima, vou passar uma tramela, na porta para que assim ela nunca se abra. Só que preciso chegar até ela. Dona Bruxa entendeu o problema.
- O mundo finda onde inicia. –Respondeu sem demora – Para achar a porta que abre o fim, tem que encontrar a porta que abriu o começo. Mitho, a viagem pode ser muito longa...
- Gato tem sete vidas – Ele respondeu, cheio de orgulho.
- Pois bem... Preste bastante atenção: a porta do início do mundo deve permanecer sempre aberta. O fim começa, quando a porta do começo se fecha. Entendeu?
Mitho entendeu tudo, direitinho. Deixou Dona Bruxa e seguiu, por um longo caminho. Até que chegou, em uma linda porta aberta, ornamentada, com um arco de flores... Mitho descobriu que o mundo não tem uma porta de fim, só de começo!
Seus temores acabaram e jogou, fora, a tramela!!

Viamão, 15 de novembro de 2008.
Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Revisão: Angelita Soares

11 de nov. de 2008

O ladrão de sonhos

Oi Gente!

Nessa nova fase do blog quero fazer pequenos contos e poemas.

beijos,

Fernanda


O ladrão de sonhos.

Tinha um furtivo andar e um olhar preciso...Para aquilo que podia levar. Mas não era um ladrão comum, destes que batem carteiras e roubam senhas. Era um ladrão de sonhos!
Não usava capa e nem máscaras de meias, para ocultar a face, mas, sim, um outro disfarce, o de Sabichão. Suas vítimas preferidas não traziam grandes posses, mas eram ricas em esperança e alegria... A alegria de sonhar, quem sabe, com uma festa na praça, ou uma tarde de poesia. Um banho de cachoeira! Uma bela refeição por fadas preparada. Uma corrida num camelo, nos desertos da Arábia. Subir o topo de uma grande montanha, ou colocar o pé, no oceano, e sentir como a terra respira.
O Sabichão, por trás de óculos redondos, chegava, destruindo tudo:
- Ah! Que besteira! Festa na praça, coisa mais brega! Festa tem que ser em “club”! Poesia se lê à noite, nunca, à tarde! Banho de cachoeira é ultrapassado! Fadas, cruz credo, coisa mais antiga! Camelo, queridinha, não tem coisa mais sem graça! Topo de montanha! Pé no oceano! Faça-me o favor! Tudo isso já foi feito!! A Terra respira? Oh, imagenzinha mais gasta!
E, assim, ele ia, roubando sonho por sonho. Destruindo e engolindo as alegrias de um povo simples e trabalhador, que só queria sonhar, um pouquinho. O Sabichão não media esforços, para acabar com a fantasia. Só que não sabia que afiava a própria guilhotina. O povo foi se cansando de tanta danação e ninguém mais ouvia o falso Sabichão.
E essa nossa breve história terminou, assim:O povo continuou sonhando e trabalhando e o Sabichão acabou preso, numa rede de desgostos, que ele mesmo teceu.
Quem cruza a praça mal vê a agonia do resmungão: - Mas, eu sei! Eu Li! Eu disse... Eu, eu é que sei... Sabia? Sabichão, o ladrão de sonhos, perdeu seu andar e seu olhar, junto com sua alegria.

Viamão, 11 de novembro de dois mil e oito.

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Revisão: Angelita Soares

1 de nov. de 2008

O rio e a rua

Oi Gente!

Este texto foi resultado de uma oficina da Cataventus,

Beijos
Fernanda


O rio e a rua

Em uma pequena cidadezinha tinha um rio e uma rua.
Na rua passavam cavalos, cachorros, pessoas, carros, carroças e muitos animais.
No rio havia flores, árvores, barcos, pescadores e muitos peixes.
O tempo foi passando a cidade crescendo, a rua ficando lotada, o rio poluído.
Na rua as crianças não podiam mais brincar, nem os carros andar. As carroças foram banidas, os animais desapareceram.
No rio as árvores secaram, as flores murcharam, os barcos encalharam, os peixes desapareceram e os pescadores enlouqueceram.
Até que um dia...
Se essa rua Se essa rua fosse minha Eu mandava Eu mandava ladrilhar...
Se esse rio Se esse rio fosse meu. Eu mandava Eu mandava drenar...
Só para ver o amor o amor retornar...
Com essa cantiga as crianças olharam para,
O rio da rua
A rua do rio
Aconteceu que um anjo apareceu...
Essa rua, essa rua, ela é minha,
Mas é sua, ela é sua também.
Quando chegou o fim do
Dia a rua brilhava e o rio também.

Produção Textual Coletiva dos alunos do Novo Lar de Viamão e da escritora Fernanda Blaya Figueiró
Glosa do poema Paraíso – José Paulo Paes – livro Poesia Fora da Estante – Editora Projeto. E na cantiga popular.
Oficina do Projeto Conte Outra vez- Cataventus
Novo Lar de Menores – Viamão
Viamão, 15 de Junho de 2008