15 de ago. de 2008

A Serpente Amiga

Bom dia!

Hoje inicia uma nova etapa do blog, com novos personagens e muita aventura.

Boa leitura
Fernanda



A serpente amiga.

Sibile, um filhotinho de cobra coral, morava no tronco oco de uma velha árvore que ficava perto de um mato, uma estrada e algumas casas.
Durante o dia costumava ficar escondidinha e a noite saía para passear e caçar. As cobras tinham poucos amigos, já que as pessoas não gostavam delas, uma verdadeira injustiça, e os outros animais tinham medo, por que algumas cobras tinham veneno. Sibile era muito bonita! Seu corpo era todo desenhado nas cores: vermelho, preto e branco. Ela não era muito grande e: - “Não tinha veneno!”
Um dia estava tirando uma sonequinha e um barulho chamou sua atenção. Com muito cuidado resolveu olhar o que era. Encrenca! pensou. Um menino havia prendido, em um dos galhos de sua casa, um cavalo crioulo. Cavalos morrem de medo das cobras!
Sibile não sabia o que fazer, estava a poucos metros dele. O menino amarrou tanto a corda, que ele nem conseguia comer. Ela queria ajudar, mas não sabia como. Pensou que se falasse com o cavalo seria a maior confusão do mundo... Resolveu então fingir que era a árvore.
- Olá! – disse de dentro do tronco – Como você se chama?
O cavalo olhou para um lado, para o outro e não viu ninguém. Começou a bater as patas no chão, relinchar e empinar o corpo.
- Brumm!- Devo estar com febre! - resmungou – Brrmm! Brrmm!
Sibile notou que ele ficou nervoso e assustado, resolveu ficar quietinha, esperando que o menino voltasse. Logo o sol baixou e ele apareceu, levando o cavalo pela estrada.- “Vem, Pinhão!” – ele dizia, puxando a corda. – E aí? Como passou a tarde?...
Sibile esticou bem o corpo, estava cansada de ficar parada. Desceu pelo tronco da árvore e foi passear. O famoso lagarto Adroaldo retornava de seu habitual banho de sol. Ele havia assistido a tudo e perguntou:
- Sibile! – Você sabe que não deve falar com os outros animais?
- Sei – respondeu encabulada – Mas, eu não tenho quase amigos e o menino deixou o cavalinho sem comer, achei muito feio isso. Sabe que ele se chama Pinhão?
- Homens e Cavalos vivem juntos há muito tempo, se dão muito bem... Ele prendeu o cavalo para perder a barriga e correr mais... São coisas deles, não devemos nos meter. Entendido, mocinha?
A serpente fez um sinal de que havia sim entendido.
- Agora vá brincar! – ordenou o lagarto. – E, prepare-se! Se eles passarem a usar sua árvore, você vai ter que se mudar...
- Mudar!!! Oh! Oh! – isso não fazia parte dos seus planos.
Por quê? Mais uma injustiça, sua casa era tão quentinha e aconchegante. Isso não era justo, pensou. Precisava achar um jeito de ficar amiga do cavalo e do menino. Só que isso era totalmente proibido.
Sibile precisava pensar...

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Viamão, dia 15 de agosto de 2008.

Este texto será lido por Fernanda Blaya Figueiró no Programa: Janela da Cultura. Rádio Comunitária Santa Isabel, 91,7.

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