22 de out. de 2008

Enfeite

Enfeite.

Chovia e a cobrinha Sibile estava literalmente entocada! Não tinha nada para fazer. Nas chácaras, tudo estava calmo.
Sibile resolveu deixar a preguiça,de lado, e ir procurara algo para fazer. Viu que Oto e seu pai preparavam o carro para sair. O garoto abriu o porta-malas e colocou vários objetos dentro. Onde eles estariam indo?
Logo em seguida, a mãe dele entrou no carro e o caseiro acenou do galpão.
Sibile fechou a sua toca, ligou o alarme, um antigo chocalho de uma prima cascavel. Deixou um bilhete, para o lagarto Adroaldo, onde dizia: - Fui passear com a família de Oto! E esperou no topo da árvore. Quando o carro passou, pulou para dentro, entrando pela janela de trás, que estava aberta. Uma manobra um tanto arriscada, já que a mãe de Oto detestava cobras e nem fazia segredo disso!
Ficou quietinha, escondida entre vários Cd´s e uma bela caixa que havia, no chão do carro. Pena que as cobras são surdas, pensou Sibile, tinha vontade de ouvir as músicas, mas como era muito sensível, encostou a barriga no chão e ficou sentindo a vibração.
Em pouco tempo, chegaram a um lugar muito legal. A família toda desceu. Sibile estava pronta, para descer, quando entrou, no carro, um motorista. E agora? Um outro homem abriu o porta-malas e pegou tudo o que estava dentro. Sibile sentiu que ficaria presa no carro. Resolveu então entra na caixa. Para sua sorte, a embalagem era muito folgada!
A caixa foi colocada com as malas em um carinho. Só que no elevador, foi trocada de lugar. As malas seguiram o corredor e a caixa ficou junto com muitas outras, em uma outra, enorme onde estava escrito: Presentes dos Noivos.
Tudo foi tão rápido que, quando Sibile se deu conta, já estava na frente de uma jovem muito bonita, toda vestida de branco. Ela estava muito nervosa e, para se acalmar, resolveu abrir os presentes.
Adivinhem qual foi o primeiro que ela abriu?? – Isso mesmo! O presente da família de Oto. Sibile congelou de medo e de frio. Quando viu que a moça desembrulhava o pacote, colou o cartão na boca e ficou imóvel. A noiva deu um grito que todo o hotel ouviu. – Uma cobra!!! .
A camareira entrou correndo e disse: - Calma! É só um enfeite. Sibile nem piscava! Muito menos, respirava!
A noiva relaxou e soltou um longo suspiro. Um copo de água com açúcar foi servido para acalmá-la. Olhou o Cartão e disse: Só podia ser coisa do primo Oto. Na caixa, havia uma linda peça de prata, que ela adorou.
- Quer guardar o enfeite? Perguntou a camareira. Deixa aí, que depois eu vejo! - respondeu – Agora, estou pronta pra qualquer coisa, até meu nervosismo passou. Uma cobra! Disse rindo. No dia do meu casamento! Por essa peça eu não esperava...
Sibile desmaiou assim que as duas saíram. Vocês acham que terminou aqui??? Que nada! Amanhã eu conto o resto! Sibile precisa respirar.



Viamão, 22 de outubro de 2008

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

Revisão: Angelita Soares

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