28 de out. de 2008

Tobogã de Açúcar

Tobogã de Açúcar

Sibile passou um sufoco, tendo que fingir ser um enfeite no pacote do presente dos noivos. Para sua sorte a camareira deixou a porta do quarto aberta, ela aproveitou! Bebeu um pouco da água com açúcar que a noiva deixou sobre a mesa e saiu de fininho, um longo corredor levava até o elevador... Sibile olhou bem e preferiu as escadas... Não queria mais se meter em confusão.
A água com açúcar acalmava mesmo... Sibile estava se sentindo leve e tranqüila, subiu os degraus da escada até terminar. Passou por uma janela e chegou até um terraço fantástico. Já anoitecia e o pôr do sol era um espetáculo ao alcance de qualquer um. Sibile aproveitou a vista... Podia ver muito longe, mais do que de sua árvore. Via a serra a cidade e o mar. Pássaros voando e muita vida acontecendo.
Do terraço podia ver a agitação no salão, tudo estava impecavelmente organizado para esperar a chegada dos noivos. Sibile viu quando o carro estacionou e eles desceram, sob uma chuvinha de arroz. Logo em seguida os convidados começaram a chegar e o salão foi ficando cheio de vida... Música, comida, bebida e muita alegria!!! Um ritual muito legal - pensou a cobrinha - Oto dançou a noite toda com Catarina, que pegou o buquê da noiva.
Sibile adormeceu num cantinho e quando acordou a festa já havia terminado. Entrou pela mesma janela, que tinha só uma frestinha aberta, acabou caindo sobre o bolo dos noivos. Escorregou como se estivesse num tobogã de açúcar, achou tudo tão divertido que ficou horas brincando...
Mas, precisava dar um jeito de voltar para o carro do pai de Oto, se quisesse rever sua casa... Desceu as escadas, deixando uma trilha de merengue por onde passava. Seu corpo foi ficando pegajoso e assim que chegou no térreo viu uma fonte com água bem limpinha, não pensou duas vezes antes de mergulhar. Neste instante o sol já estava alto. Sibile ficou no jardim aguardando, logo o motorista trouxe o carro e enquanto Oto se despedia de Catarina, ela aproveitou e entrou pela porta.
Quando voltaram para a chácara a chuva tinha parado, Pinhão pastava solto e o caseiro tratava os cachorros. Sibile voltou com um monte de histórias para contar.


Viamão, 28 de outubro de 2008.
Autoria: Fernanda Blaya Figueiró

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