7 de jan. de 2009

Julieta, a borboleta.



Oi, Gente!

Esta foto tirei aqui em casa, então escrevi a história,

Beijos

Fernanda

Julieta, a borboleta.

Julieta, a borboleta, amava as flores de uma violeta. Elas eram pequenas, delicadas e perfumadas, vestiam um azul, violeta, com pequenas bordas brancas, como uma renda sofisticada, e um adereço, no miolo, amarelo como o sol e doce como o mel.
Todas as manhãs, ela passava pela janela, onde ficavam as pequenas, e sorvia um pouco do seu adocicado néctar, depois, muito apressada, seguia seu caminho, visitando outras flores e janelas.
Um dia, sem mais, nem menos, as flores desapareceram. Surpreendida, pelo inesperado acontecimento, Julieta parou, por alguns segundos, nas folhas adormecidas. Eis que: a janela fechou!... Mantendo a borboleta prisioneira, dentro de um vasto salão de festas. Seu coração pulou na garganta. Olhou desesperada, para o lado de fora; as outras borboletas seguiram a diante. Julieta precisava encontrar uma saída...!! Bateu, com força, suas pequenas patas, contra o grosso vidro, mas seu esforço foi em vão. Acabou caindo, exausta, no chão de pedras...!! Achou que seria seu fim; uma borracha amarela, que parecia uma pá móvel, colocou sobre seu corpo, uma redoma de vidro.
– Calminha, borboleta – Ouviu uma melodiosa e harmônica cantiga. Baixou a cabeça, para poupar energia. De dentro da redoma, presenciou uma barbaridade: - a luva de borracha estava recheada, por uma mão, que, sem dó, nem piedade, arrancou a violeta de dentro da terra e colocou-a em uma bandeja. Logo em seguida, preparou um outro recipiente, com uma terra muito escura e fofa, e ali, cavoucando um buraco, enterrou a violeta. Julieta quase desmaio; a mão, terminada a maldade, saiu de dentro da luva. Um olho, muito grande e arregalado, fitou a redoma com cuidado.
- Agora é você! Borboletinha... – Disse, de uma forma quase angelical.
Julieta petrificou de medo!
Mas, nem tudo estava perdido, a mão puxou, com cuidado, a redoma, e junto o corpo da borboleta, que, sem alternativa, teve que pular, para aquela palma aberta. Já se imaginava espremida e amassada, pelo menos, seria enterrada junto, com a sua amada violeta...! Até que um sorriso iluminou o olhar aterrador. A janela abriu e a redoma caiu, a palma aberta libertava a borboleta. Ar puro, sol meigo, água abençoada. Julieta voou para muito longe.
Os dias passaram e a lembrança se foi, Julieta passeava distraída, quando viu estava, frente a frente, com a janela. O encontro repentino trouxe lembranças de sua amada violeta. Julieta alçou vôo e, lá do alto, vislumbrou um milagre: as folhas da violeta estavam mais verdes e viçosas. Haviam crescido e tomado todo o vaso. Entre elas aparecia um pendão que, na ponta, trazia um botão. O botão, naquele momento, abriu e libertou as pétalas de uma linda flor violeta, com uma renda sofisticada e um perfume adocicado. Julieta não continha a alegria – ouviu, entre as nuvens, uma cantiga:
- Olá, borboletinha. Viu! Que amor é esta flor!
Depois daquele dia, Julieta entendeu que todos os amores são, na verdade, um só amor.

Viamão, 08 de janeiro de 2009.

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Revisão: Angelita Soares

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