12 de jun. de 2008

Um vento forte passou pelo Rio Grande!

Um vento forte passou pelo Rio Grande!

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Co-autoria: Angelita Soares

Seria este o velho e famoso Minuano? Perguntou-se Roy, o belo e jovem ovelheiro negro.
Já tinha ouvido falar muito nele!!! Um vento poderoso e frio que sempre assolava estes pagos. Varrendo a chuva e a umidade. Roy era um andarilho urbano, vivia no centro de uma cidade do interior gaúcho. Seus ancestrais tinham vindo ,todos, do campo, dos pampas, mas, ele havia sido trazido para a cidade, ainda filhote, por um menino muito especial, com o qual tinha se afeiçoado muito! Uma verdadeira e forte empatia entre humanos e caninos...!!!
O problema dos dois começou, quando Roy cresceu, e o apartamento, ficou pequeno, apertado. A mãe do menino passava, reclamando: “Esse cachorro solta pêlos por todo o lado!”. Ou, “Menino, leva o cachorro para passear!” “Se continuar assim, mando esse cachorro embora!”
E os vizinhos? “Esse cachorro não pára de latir!”, ou “Eu vou contar pro síndico!”... Roy não sabia quem era o tal do síndico, menos ainda, que a mãe do menino tinha um pouco de razão. Cachorros grandes não combinam com apartamentos pequenos...!!
O menino cuidava bem dele e os dois se gostavam muito. Só que as reclamações não paravam...!! Foram tantas, que o menino acabou tendo de levar Roy, para morar num abrigo... Aos se despedirem eles sabiam que nunca mais se veriam, mas isso não fez com que ficassem tristes, pois os dois eram muito amigos. E amigos de verdade nunca se separam, para sempre.
A sala do abrigo era menor que a do apartamento. Acreditem se quiser! Roy mal conseguia esticar as canelas...!! Correr solto, muito menos.!!
Um dia, aproveitou uma porta aberta e fugiu.
No inicio, sua vida ficou muito complicada; ele sempre recebia ração na hora certa, remédios e banho. Mas, com o tempo, aprendeu os truques da cidade. Dormia numa toquinha, em baixo da ponte do chafariz...Ali, a água era sempre fresquinha.
Café da manhã, almoço e janta...Cada dia, em um lugar: Segunda, sobras do açougue.. Terça, visitava a feira. Quarta, a lancheria. Quinta, o mercadinho. Sexta, Mocotó no bar. Sábado, dividia a marmita com os vendedores ambulantes. Domingo, era uma festa: galeto, ossos e salsichão. Roy ficava o dia inteiro, plantado na porta da churrascaria.
Banho? De chuva!
Só que, quando o vento era forte, assim, como esse que passou, sentia uma falta danada do pastoreio, de arrebanhar a tropa e seguir viagem. Correr solto e faceiro.. Então, pra não ficar chateado, Roy organizava o trânsito. Corria, de um lado para o outro, latindo e ordenando. Sabia tudo de roda, pneu e de sinais.
Só uma coisa ele nunca entendeu: - Pra onde vai toda essa gente?
Será que seguem o vento????

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