15 de set. de 2008

O sapato furado

Oi Gente!!

Este texto desenvolvi para uma contação de histórias.

Não é com a sibile, mas como é um conto infantil vou publicar aqui.

Boa leitura!

Fernanda Blaya Figueiró

O sapato furado.

Sapato é uma mistura de sapo com pato? Não!Nada disso! Sapatos são coisas que as pessoas usam para proteger os pés.
O sapato da nossa história não tinha nada de especial. Era feito de couro de vaca, tinha solado e palmilha de borracha e cordinhas de amarrar. Ah! Era do tamanho 22, para meninos pequenos.
Como era muito bonito, ficou pouco tempo na prateleira...! Daniela passou pela loja e ficou encantada com ele, comprou para seu filhinho, Bruno, usar, no dia de seu aniversário. O garoto adorou o presente. Usou, na sua festa. Usou, para ir à escola. Usou, para jogar bola. Usou, para andar de bicicleta. Usou tanto, mas tanto, que o sapato acabou furando, bem na pontinha do dedão...!!
Daniela, então, comprou um novo sapato para Bruno, já que aquele não servia mais. E colocou o sapato furado bem arrumado no lixo reciclado.
Naquela mesma tarde, passou por lá, uma moça chamada Carlinda, ela olhou bem para o sapato e lembrou do Vitor, um menino que morava, ao lado de sua casa, e que precisava de sapatos. Inicialmente, ela pensou em levar o sapato, mas ficou com medo que ele não gostasse e desistiu. Já tinha andado uma quadra inteira, quando resolveu voltar e pegar a caixinha.
Chegando em casa, Carlinda não sabia como fazer para entregar para Vítor o sapato...!Por que estava furado. Será que ele não vai ficar chateado? Pensou.
A primeira coisa que ela fez foi limpar bem o sapato e recolocar na caixinha. Depois, colocou uma água, para esquentar para tomar um chimarrão. Fazia muito frio, naquele dia. Estourou uma bacia de pipocas e foi para o quintal, olhar o sol se pôr.
Neste instante, o Vitor chegou, na porta de sua casa. Carlinda, que não era gulosa, ofereceu pipocas para o menino. Ele, que como toda a criança adorava pipocas, aceitou.
O sol tingia as nuvens brancas de um rosa, meio alaranjado. Vítor estava com o nariz escorrendo, por causa do frio, mesmo assim, seu sorriso era muito meigo e seus olhos brilhavam, olhando as nuvens. Ele adorava brincar com o formato das pipocas.
- Olha, Carlinda! – Essa parece um coelho!... E essa! Parece uma flor.
Os dois ficaram brincando, com o formato do milho estourado. Até que uma pipoca caiu, perto da caixinha do sapato. Vitor foi juntar e acabou virando a caixinha. O sapato caiu e ele perguntou para Carlinda de quem era aquele sapato, já que na casa dela não tinha nenhuma criança.
- Esse é um sapato sem dono. – Ela respondeu, um pouco sem graça – Alguém o deixou nessa caixinha.Você acredita?
Vitor não teve a menor dúvida, calçou os sapatos, na mesma hora. Serviram direitinho.
- Tem até ventilador para o dedão! Se não tem dono posso ficar com ele?
- Pode! – respondeu Carlinda – Se sua mãe deixar.
O sol saiu e a noite veio. Vitor deu um beijão em Carlinda, chamou a sua mãe e pediu para ficar com o sapato. Ela não deu muito ouvido pro menino. Quem cala...? Consente!
No outro dia, ele foi brincar, na pracinha, muito faceiro, e usando o sapato que, antes, era sem dono. Chegando lá, encontrou seu melhor amigo que brincava de construir castelos.
- Oi, Vitor – Ele disse – Vamos fazer um mundo novo?
Vitor ficou super curioso.
- Um mundo novo? Como assim? Mundo novo??
Mesmo sem entender direito, ele gostou da idéia. Os dois construíram um grande castelo com a areia da praça. Deu muito trabalho, mas ficou muito bonito.
- Como vai se chamar nosso mundo?? – perguntou o menino.
Vitor pensou bem e olhando para o sapato com ventilador para o dedão, respondeu:
- Um mundo sem dono!!
Bruno adorou a idéia de Vitor e os dois amigos brincaram, juntos, a tarde toda...!


Viamão, 14 de setembro de 2008

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Revisão: Angelita Soares

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