22 de jul. de 2008

Nuvens no Céu

Nuvens no céu.

Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Co-autoria: Angelita Soares

Linna e Acauã chegaram, de Florianópolis, trazendo muitas coisas boas, na bagagem. O curso de fotografias que Linna fez tinha sido fantástico. Acauã aprendeu muita coisa sobre o “Sambaqui” e a cultura dos primeiros habitantes do litoral. Assim que chegou, foi para Maquine; estava louco de saudades de sua família.
Linna foi, direto, para seu apartamento. Desfez as malas e olhou a correspondência. Por uma incrível coincidência, havia várias notícias, sobre as sementes de Josefina...!!Lembrou do dia em que ela distribuiu os envelopes: “ Josefina, a Feiticeira Centenária, distribuiu, criteriosamente, os pequenos pacotinhos contendo as sementes. Ela conhecia a mata e seus segredos. Cada semente guardava em si aquilo que era. Seus dias, junto a turma, estavam chegando ao fim e ela queria que cada um encontrasse sua própria essência. Como as sementes, todos somos dotados de um conhecimento empírico e devemos recorrer a esse conhecimento, nas horas boas e ruins.”[1] Josefina havia espalhado paz e esperança, em pequenos envelopes, e essa boa energia circulava, renovando várias partes do mundo.
Linna abriu bem a janela e, da sua pequena sacada, viu o parque. Como sentiu falta daquela paisagem! Adorou Florianópolis, mas não tinha sensação melhor do que a de voltar para casa. O sino da Igreja tocou e uma enorme alegria invadiu seu coração! O céu estava claro, as nuvens pareciam desenhar uma mão carinhosa e fofa, como a que Josefina viu num memorável fim de tarde: “Assim que o sol se pôs, uma alegria infinita invadiu seus corações; as nuvens do céu de Porto Alegre ganharam um tom de rosa claro...O mesmo do granito das pedras de Itapuã. Uma mão parecia esculpir imagens nos flocos de nuvem... “ - Vi a mão! - Indagou Josefina – E vocês viram?
- Que mão? – indagou Tadeu.
- Eu estou vendo – disse Acauã – Uma mão desenhando uma pessoa e um inseto.
- Princesa Li e nós – indagou Linna – Mas por que uma pessoa?
- Por que é um símbolo. - Disse Muray.- E nós, achando, que viraríamos pedra...!
- Um símbolo de união entre pessoas e animais. – disse Josefina – Olhem! Agora está aparecendo uma flor, como a que Acauã deu para Linna, lá em Maquiné. Deve simbolizar as plantas.
A turma sentou para conversar, fizeram uma pequena fogueira. E riram, cantaram e dançaram até tarde...! Estavam com saudades uns dos outros.”[2] Linna lembrou de Maria, pensou no quanto foi bom conhecê-la e o quanto aprendeu sobre a alegria de viver.
A Mão de Deus, parecia desenhar símbolos e sinais no céu de Porto Alegre. Era suave e bela, por que Deus é bom e nos ama muito. Sua energia é infinita e constante, seja ele quem for. Estava pronta para sair, quando viu um pequeno envelope caído no canto do armário. Um pacotinho das sementes de Josefina, com um pequeno bilhete...


“ Para Anelise!
Nunca perca a esperança!
Josefina ”

Linna sentiu um forte aperto, no coração! Não sabia que Josefina conhecia Anelise. Como nunca tinha encontrado este pequeno envelope???
Tratou de ligar, imediatamente, para ela, marcando um encontro na feirinha de sábado. A imagem de Josefina apareceu nas nuvens do céu: “ Linna! A força Branca. É a energia da Paz, não esqueça, criança!!!”. O vento fazia espirais e brincava com as folhas secas do parque. Fadas, gnomos e duendes enfeitavam a avenida, borboletas, pássaros e cachorros passeavam entre pessoas e objetos. A vida do parque, a vida da cidade. Linna assistiu a uma peça de teatro de rua, ouviu poemas de um jovem artista, comeu tapioca. No meio da multidão, viu Anelise sorrindo...O sol batia nela e embaralhava sua imagem; Linna achou que viu Josefina, a Feiticeira Centenária, ao seu lado...!!O que estaria acontecendo??

1-2 - Fragmentos de Textos As Aventuras de Linna Franco
Autoria: Fernanda Blaya Figueiró
Co-autoria: Angelita Soares

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